Debaixo da Cajarana
(Marcos Cosme de Morais Grigório)
Dos meus
cinco anos de idade
No colo do
meu avô
Eita tempo
que dá saudade
No seu
rádio ele escutava
As músicas
que ele gostava
Debaixo da
cajarana
Quando a
tarde debandava
E eu ali
ouvia
Pequeno e
com vivacidade
No colo do
meu avô
Estava eu
ali abraçado à felicidade
No
laranjal do por do sol
Eu
quietinho e sossegado
Debruçado
nos braços do meu avô
De bem com
a vida e aconchegado
E quantas
vezes eu te ouvia Vovô
Cantando a
“Farinhada”
Esquecia
do resto do mundo
A tarde
ficava mais demorada
Minha mãe
vinha me buscar
Eu ia
embora contando as horas
Para
outro fim de tarde chegar
No outro
dia de tarde
Voltava
do cata-vento
No
bagageiro da sua bicicleta
Andando
alegre e cortando o vento
Quanta
saudade eu sinto
Do meu
tempo de criança
Dessa
época de ouro
Doce e
distante lembrança
Ah que
bons tempos
De frente
a Fazenda Santana
Eu no
colo do meu avô
Debaixo
da cajarana.